após certa idade é natural com que todos nós tomemos mais cuidado com alimentação.
eu mesmo cheguei num peso horroroso e estado de saúde deplorável muito graças a comidas bosta que geraram conteúdo que nem é tão bom.
infelizmente o cenário gastronômico é ainda mais grave que o etílico e isso se deve bastante à chatíssima militância.
é muita bandeira pra pouca comida.
de um lado temos millenials que mal sabem fritar um ovo com discursos insuportáveis sobre sustentabilidade. gente ryca que não tem o menor senso de noção da realidade vivida pelo trabalhador brasileiro. e dá-lhe comida orgânica, pão de fermentação natural, etc. na maior parte das vezes nem bom é.
quero ver falar pro sujeito que trabalha mais de dez horas seguidas que a lingüiça do prato dele tem salitre e que sua salada de tomate com cebola tem agrotóxico que mata.
menos, camaradas. menos.
para trilhar o caminho da alimentação saudável é preciso se despir da máscara da arrogância e escolher melhor o inimigo.
que sempre será o governo, independente de quem esteja no poder.
então não demonstre ar de superioridade em cima de quem compra uma bandejinha de veneno na prateleira de supermercado. ele é a vítima e por muitas vezes não tem informação, nem condição de agir de outra maneira. as pessoas dão o melhor que podem.
o inimigo não está ao seu lado, mas sempre acima de você.
alimentação saudável no brasil é privilégio de ryco. e a indústria alimentícia sapateia em cima da cabeça deles.
mas quem paga a conta mesmo é o pobre, que se fode cada vez mais sem ter lá muita noção do que está acontecendo.
além do governo, devemos combater também os malditos agropecuaristas que querem mais é que todos nós nos fodamos bonito.
faça a sua parte, tente se alimentar de boa maneira, distribua informação sem dar palestrinha, vote direito (na medida do possível).
claro que no final iremos perder, mas podemos perder bonito e do lado certo. o fracasso promete ser monumental.
hemrson silva da cruz says:
boa jota , esta ai um dos poucos textos que tenho paciencia pra ler so falou a mais pura verdade , mais volta a posta video nessa porra
24 de January de 2020 — 11:59
Elcio Fonseca says:
Boa, Julinho. Acho que este é o assunto agora.
24 de January de 2020 — 12:40
Ezra L. says:
Sempre o governo, até com Brizola? hehe
24 de January de 2020 — 12:07
jb says:
se há governo, sou contra.
24 de January de 2020 — 12:15
douglas germano says:
Na gaveta, JB!
24 de January de 2020 — 12:40
jb says:
douglas!
24 de January de 2020 — 12:44
César Oliveira says:
Tô de saco cheio também Júlio. Da cagação de regra, dos restaurantes que são verdadeiros e caros embustes, do barbudinho de coque que joga fruta em sua cerveja artesanal e produz uma verdadeira merda vendida a preço de ouro. A resistência está na simplicidade e na humildade. Na informação passada com sorriso no rosto para o cara que nem sabe que está sendo enganado. Ir no açougue comprar um corte barato para fazer na minha panela de ferro, com temperos simples e passar a receita pra senhorinha da fila. Isso é resistir. Parabéns Júlio aprendo muito contigo.
24 de January de 2020 — 12:58
Lilian Kataguiri says:
Excelente!
24 de January de 2020 — 13:16
Thiago says:
Que sapatada, essas são para enquadrar:
“as pessoas dão o melhor que podem”.
“o inimigo não está ao seu lado, mas sempre acima de você”.
24 de January de 2020 — 13:46
Filipe says:
Maravilhoso texto!
24 de January de 2020 — 14:43
Zeno Bocardo Pereira says:
o inimigo não está ao seu lado, mas sempre acima de você e tem estrelinhas michelã 😉
24 de January de 2020 — 14:59
Pedro says:
Boa tarde Júlio
Você é autodidata na cozinha ou fez algum curso específico para ter o pontapé inicial nessa área? Quero aprender à cozinhar para poder me alimentar melhor!
Obrigado!
24 de January de 2020 — 18:46
Andre Abilio Dos Santos says:
Aí tu falou tudo, eu por muitas vezes imaginei vc assim… ” comendo e bebendo bem” e eu me perguntando, queria fazer tudo que vc faz, mas sem condições $$$$ pra mim…
25 de January de 2020 — 23:03
Guilherme says:
Ótimo texto, Júlio. Apenas vou fazer algumas pontuações que considero importantes. A primeira é sobre o uso da palavra “militância” num contexto onde ela não cabe. Militância é trabalho de base consistente, constante e com um projeto de sociedade, não o que esses millennials sustentáveis fazem, isso é só burrice e encheção de saco. Compreendo que você utilizou a palavra num outro sentido, mas creio que seja melhor não fazermos isso, enquanto pessoas bem informadas e de esquerda. Minha outra pontuação é a da consideração do inimigo principal do trabalhador brasileiro o Estado. É preciso que se entenda e debata primeiramente, o que é o Estado e quem o controla. O Estado brasileiro nada mais é do que o comitê de interesses de uma classe, um instrumento da burguesia (agropecuaristas, especuladores financeiros e banqueiros em sua maior parte) para controle e massacre legalizado da classe trabalhadora. O inimigo, Júlio, é e sempre será a classe dominante burguesa.
27 de January de 2020 — 19:06
Lucas says:
mano por mais que curta seus vídeos, textos como esse me fazem ter o prazer de ler e de comentar aqui pqp
29 de January de 2020 — 16:38
Eric Souza says:
Olá JB.
Belo texto, como sempre!
Apenas uma observação no trecho: “malditos agropecuaristas que querem mais é que todos nós nos fodamos bonito”.
Acredito que você não tenha contato com muitos agricultores, mas a maior parte deles trabalha mais de 10 horas por dia sem descanso, em condições que a maioria das pessoas não suportariam um único dia. Em muitos casos esse trabalho é mal recompensado e gera riqueza apenas para os comerciantes. Grande parte das agricultores possuem pouco estudo e seguem recomendações tradicionais ou de “especialistas” em suas plantações.
Em resumo, conheço muitos agricultores e duvido muito que eles têm a intenção de prejudicar as pessoas. São as pessoas mais dignas que conheço e precisam de ajuda para entender o problema.
23 de May de 2020 — 20:57