acordar, dar comida pro cachorro, passar um café e vir pra frente do computador atualizar esse diário, na maioria das vezes sem assunto predeterminado. essa tem sido minha rotina matinal.
o exercício da caça do assunto do dia é difícil, mas o café sempre é de boa qualidade e moído na hora. geralmente tenho dois ou três tipos à disposição. o de hoje foi selecionado pela juliana ganan, comandante da tocaya, grande torrefadora brasileira.
também frequento cafeterias e bebo café em restaurantes que se importam com a bebida. a minha cobrança com a qualidade do produto varia de acordo com a proposta do comércio. não espero, por exemplo, beber num restaurante médio algo tão bom quanto num lugar especializado nesse tipo de serviço.
o que não significa que tenho tolerância pra café de cápsula. quando esse lixo entrou em cena o mercado era outro, inclusive em termos tecnológicos. não existia, por exemplo, boa máquina automática à disposição. então em vez de investir num profissional + maquinário grande e complexo optavam pela cápsula, que pelo menos saía sempre igual. dependendo do tipo de operação, isso era compreensível, apesar do péssimo gosto.
mas hoje temos máquinas automáticas que ocupam ainda menos espaço que as odiáveis navinhas espaciais cuspidoras de cápsulas bosta.
também é mais barato trabalhar com bom café vindo de agricultura familiar. servir produto decente dá mais lucro, isso se você não aceitar patrocínio dessas empresas filhas da puta. tem curiosidade em saber de onde vem tanta verba? pois siga o caminho do dinheiro e se enoje.
ou seja, hoje não existe motivo algum que justifique servir café de cápsula nem no posto de gasolina, quanto mais num restaurante com pretensão dita gastronômica. espaço, logística, lucro, nada. não se ganha nada, a não ser que tenha algum interesse escuso envolvido.
sem contar que café espresso nem sempre é a melhor opção. felizmente o que não falta na atualidade é lugar que oferece excelentes opções de café coado, inclusive armazenado em garrafas térmicas manêras. o tempo derruba preconceitos um a um.
não compactue com quem não se importa com você e ganha rios de dinheiro em cima de atividades suspeitas que resultam num produto lixo.
diga não ao café de cápsula.
Luiz says:
JB, uma pergunta sincera. Concordo com a crítica ao café de cápsula.
Acredito que não deveria ter espaço em restaurantes. Contudo, para o lar existe uma alternativa que demande trabalho parecido com resultado satisfatório? Atualmente tomamos coado feito num V60 pela manhã, porém em dias de correria para sair a opção é não tomar café ou tomar cápsula da máquina de outros tempos.
Gostaria de me livrar de vez da cápsula, mas gostaria de um substituto tão prático quanto.
22 de February de 2020 — 16:38
jb says:
a pergunta é ótima, tenho o mesmo problema. infelizmente não existe máquina de espresso pra casa por um preço razoável no brasil, pelo menos até onde sei. então vamos de v60 em v60, por enquanto.
22 de February de 2020 — 20:34
Paulo says:
Tô de acordo com o Jota no quesito restaurantes bons servirem cápsulas, vamos investir numa máquina superautomática e buscar um fornecedor local de café bom. Quanto à cápsula em casa, o mercado de café especial ainda está relutante em aderir a isto, pelo custo ambiental e pela necessidade de uma estrutura e logística que esses players pequenos não têm, mas já surgem no exterior cápsulas 100% compostáveis de café bom, o mesmo que você usaria numa V60, então isso deve chegar aqui. Eu não veria problema se for assim, a não ser que o preço de uma máquina de espresso caseira abaixe bem.
25 de February de 2020 — 11:06
Edgar says:
Já vi entrevista da Raposeiras contextualizando o café de cápsula. É envolta em ambiente de nitrogênio (sem oxidar) e torrando bons cafés, entregando um produto consistente…
Por que não seria uma boa solução para um restaurante mediano? Ou uma solução doméstica pra dias corridos?
22 de February de 2020 — 21:05
jb says:
não é boa solução pelos motivos expostos na postagem. essa entrevista é datada, foi atropelada pelo tempo.
23 de February de 2020 — 11:57
Emiliana says:
Pq vcs não tomam café de coador de pano normal igual qualquer trabalhador ou avó que se preze e deixam de ser modinha mimimi? Menos resíduos, menos custos, mais história…Aff
22 de February de 2020 — 22:05
Paulo says:
Café “normal” é o café repleto de impurezas, defeitos, mofado, queimado na torra. Isso não é café que presta, você e sua vovó é que adquiriram esse gosto ao longo de anos de cultura colonial brasileira onde os cafés bons vão pra fora, para os gringos se deliciarem, e nós tomamos a borra queimada e achamos que “café forte” é que é bom. Sem falar que este café mal paga a vida do pequeno produtor, pois é vendido por mixaria. Mimizenta é você que não quer pensar nos seus hábitos e não quer saber de onde vem e como é feito o que você ingere, pare pra refletir sobre isso por um instante.
25 de February de 2020 — 11:49
Gabriel says:
Olá! Qual máquina automática você acha adequada para tirar um café sem passar vergonha num restaurante?
23 de February de 2020 — 14:00
jb says:
jura.
23 de February de 2020 — 14:29
Paulo says:
Qualquer máquina automática que você só aperta um botão será mais consistente que um barista ruim numa máquina profissional. Como o restaurante não vai pagar um barista bom e uma máquina profissional, qualquer superautomática salva.
25 de February de 2020 — 11:08