conheci nesse último fim de semana um restaurante millenial e uma pizzaria napoletana.
pois bem.
o restaurante já me causa certa estranheza por abrir só de quinta a domingo e o turno do almoço dominical se iniciar apenas às 13h30. mas talvez eu esteja ultrapassado.
bom serviço de vinho. a entrada era uma cumbuca repleta de feijão branco com pouquíssimas lulas refugiadas sofrendo melancólica segunda morte, incomível pão tão ruim quanto o do corrutela acompanhava. de principal, admitamos e elogiemos, um polvo bem decente com purê de grão de bico ok e tomate. e por valor acessível. como sobremesa deveria ter pedido a simpática tortinha de queijo com sorbet de pêra, mas inventei de pedir algo com sorbet de salsão e me fodi, tomei no cu. nível dom de ruindade. me chateou um bocado aqueles jovens cozinheiros deixarem passar pela boqueta algo tão inadequado. bom café coado fechou o almoço.
conclusão. lugar promissor, mas requer atenção. não nos esqueçamos que o corrutela também era promissor, mas hoje rendeu-se ao público fashion week que desfila pelo salão onde o que menos importa é a comida. até porque se orgulham um tanto dessa tal da sustentabilidade que não enche a barriga, muito menos preenche o vazio da alma do comensal que cumpre bem o papel de alvo ou vítima. volto ao cais, vi boa vontade e algum talento por lá, no duro. mas esperarei mais um pouco pra se acertarem, é necessário.
já a pizza foi uma catástrofe completa. decerto a expectativa seria mais baixa se não se autointitulassem como napoletana. faltou assar a massa cujo glúten se apresentou mal desenvolvido, molho de tomate mais ácido que os saudosos textos do paulo francis e excesso de cobertura, aqui em forma de queijo de qualidade questionável pra uma pizza napoletana. o que eu faria, no lugar deles? fácil. tiraria a referência italiana e me assumiria como pizzaria de bairro. no caso, a vila hamburguesa, subdistrito lapeano, pertinho da lauro müller, rua onde morei e cresci jogando taco, além de dar altos rolês com melissa, a pastora alemã que mais bapho dos anos 80.
sigam minha dica, metam queijo mesmo na pizza e arrasem, camaradas. palavra de antigo morador. ou façam uma pizza napoletana de fato. mas saiam desse meio termo, quem busca agradar a todos não atinge alto pico de excelência, ocorre o que chamo de efeito dj de casamento.
o mercado gastronômico atual está feroz e a concorrência só tende a aumentar. ganha-se o cliente nos detalhes. é preciso que os colegas da área se atentem a isso e melhorem. eye of tiger, como diz aquela velha canção oitentista do boxeador.
mãos à obra, foco na cozinha, melhorem.
alcides says:
Faltou os endereços…
29 de January de 2020 — 09:19
jb says:
desde 2007, quando comecei a publicar. mas o google taí pra isso.
29 de January de 2020 — 10:48
Bruno caribe barreto says:
Pq acha o atala.tso ruim?
29 de January de 2020 — 13:23
Manoel C. says:
Poderia pelo menos dar os nomes dos estabelecimentos. Está tentando evitar as tretas?
29 de January de 2020 — 17:59
jb says:
a postagem fala sobre dois lugares e cito o nome de um deles, talvez você não tenha prestado atenção suficiente. como escrevi no primeiro post do blog, nem sempre denominarei o estabelecimento descrito. questão de linguagem, fluência e movimento. farei o que texto pedir, nada a ver com “tretas”.
29 de January de 2020 — 19:28
Victor says:
Até aqui esse povo chato…
30 de January de 2020 — 20:25
Alexandre Gheorghiu says:
Moro na região (pq. da lapa) e há anos como no que pra mim, é a melhor pizza do bairro….fica na rua sebastião bach … pizzaria Cappo….uma garagem cheia de quinquilharia..ja comeu la?
31 de January de 2020 — 10:04
jb says:
não. mas morei nessa rua poe 2 anos, no começo dos anos 80.
31 de January de 2020 — 11:34
Marcelo Barbosa says:
Como diria o célebre Bezerra da Silva: o melhor tempero da comida é a fome!
*Não se se essa é uma das desculpas do sal, mas dizem que a lei de não deixar saleiro nas mesas é pro povo hipertenso não engrossaram as filas do SUS e causar prejuízos aos cofres públicos, é o que ouvi e li por aí!
**Com esse método de comentário os famosos anônimos não voltarão?!
31 de January de 2020 — 14:04
Bruno says:
Provavelmente a pizzaria é a Urbano, na rua Brentano. Na região, curto a Vila del Capo. O ambiente é mais bagunçado do que uma sobremesa do Paris 6, mas é incrivelmente acolhedor.
2 de February de 2020 — 19:00