Luzia Satti
chutando cachorro vivo
Eu nunca chutei cachorro, gato, papagaio ou iguana. Vivo ou morto.
Mas tem um old dog que tá por aí, dando cria e se arrastando, e merece ser chutado, enterrado e exorcizado por toda a eternidade.
Comecemos leve.
Quem frequenta tal bar/restaurante me desperta um misto de pena e asco. Ninguém está preocupado com o que é ingerido: preços exorbitantes, parca entrega. Entre um pedido e outro sempre escorrega alguma pergunta sobre um dos sócios – o primeiro pateta – o famoso, o que grita e é “foda pra caralho, top, grita memo, tem que ser de verdade”, parafraseando a clientela que tenta se comportar aos moldes do ídolo.
Até aí tudo bem, grande bosta, piores lugares existem, se essa fosse a extensão do abuso.
O segundo sócio basicamente ocupa o local como sua casa. Dorme no escritório. Usa o banheiro do salão como o seu pessoal, geralmente depois que os funcionários da manhã já limparam e deixaram pronto para a clientela do almoço.
Nota de esclarecimento: era necessário uma segunda limpeza após o uso do pateta II.
De noite desce, e fica do lado de dentro do bar (pequeno), infernizando o bartender, trocando a música ~bosta~ do ambiente como se estivesse na sala de casa e mandando funcionário ir comprar o seu cigarro. Vez em sempre vai pra rua fiscalizar a fila de espera. Faça chuva, frio, vento, furacão, não deixa o staff vestir casaco por cima do uniforme, à exceção do moletom com a marca do restaurante, que deve ser adquirido pelo funcionário pela bagatela de 60 reais.
O terceiro pateta, digo sócio, que teve seu auge em banda de adolescente, fábrica de incel punheteiro, no início dos anos 2000, se sente no direito de saudar o contingente feminino do staff com selinho, mãozinha na cintura, abraço e cafungada no pescoço, “mas só as gostosa né”, quando não leva a conquista do dia pra almoçar ou jantar depois que o expediente termina. “E aí, já passou a dorzinha de menstruação?!” proferiu o supracitado saco de bosta, a uma funcionária que adoeceu no dia anterior e não foi trabalhar, em pleno salão, há metros de distância da mesma, em fechamento de expediente, deleitando funcionários e clientes com suas boas maneiras, humor e espontaneidade.
Chegou atrasado? Desconta da caixinha.
Os três patetas querem fazer festa depois de fechar o restaurante? Vai ficar trabalhando até que seja necessário. Duas, três da manhã.
Mora longe? Se vira. Hora extra? Nunca vi, nem comi, nem ouvi falar. Ser feminista = ser criminosa no tal lugar. “Ah, então tu é feminista?!” Com grande surpresa respondi: “E tu não é?!”
Foto da então presidenta Dilma: rasgada, pisoteada e cuspida por um dos sócios, num espetáculo digno de horror, antes do expediente abrir, pra deixar bem claro aos funcionários que divergências políticas não seriam toleradas.
Tchau querida!
Ouvi de um sábio por esses dias que patrão sem caráter resulta em empreendimento bosta. Gostaria muito que essa correlação fosse mais percebida pela clientela.
Enfim, para o consumidor desavisado e deslumbrado em iguais proporções, fica um apelo: trate bem quem te serve, a pessoa que te presta um serviço não é teu serviçal.
Escutou, senhor cliente e patrão? É com vocês, sim.
Desconfie de lugares com alta rotatividade de funcionários, se não consegue manter e justamente remunerar um empregado, consegue manter a qualidade do que é servido? Esses dois fatores estão mais relacionados do que você imagina.
Por fim, parem de ir em lugar cafona! Maus tratos, misoginia, racismo. Que tanto de coisa cafona. Coisa brega. Preocupem-se com o que é posto no prato e com quem o faz e parem de sustentar falsos patetas, que de patetas nada tem.
Luzia Satti tem 30 anos e já trabalhou mais de 10 deles com serviço de bebida e salão em bares no Brasil, Inglaterra e Suécia. Segue na ativa, pro desespero dos machões e satisfação da freguesia. Seu nome real foi poupado, por razões de segurança.
Tiago says:
O tal do cão veio… longe de mim pisar naquele lugar.
16 de May de 2020 — 12:46
Vitor says:
Não sei pq não me surpreendo.
16 de May de 2020 — 13:07
isabella ianelli says:
Que horror esse relato! Precisamos ter a real noção desses bastidores nojentos, obrigada!
16 de May de 2020 — 13:27
Celio says:
Obrigado pelo alerta.
16 de May de 2020 — 14:34
Ana Sousa says:
Cão veio… Boicote a esse lugar escroto!
16 de May de 2020 — 15:03
Paulinho Perca says:
Lugar nefasto. Fiquem longe.
16 de May de 2020 — 15:57
Elaine Benes says:
Olhando as avaliações de um dos restaurantes no google, tem um relato de um cliente que reservou uma área do restaurante para um grupo de mais de 20 pessoas e quando esse mesmo grupo estava no meio da refeição, foram expulsos de onde estavam e relocados para outra área do restaurante pois o sócio cantor havia chegado com seus amigos para celebrar seu aniversário justamente no lugar onde estava o grupo que havia reservado o espaço. Se tratam os clientes assim, imagina os trabalhadores do dito estabelecimento, como foi explanado no triste relato.
17 de May de 2020 — 06:50
Renato Sarlo says:
Para 1/2 entendedor basta um desabafo sem credito para identificar o lugar, para a outra 1/2 de entendedores já ficou claro quem é o “Ghost Writer “,espero que não prejudique sua carreira pois esse ramo é animal.
17 de May de 2020 — 09:35
Daniela says:
Não posso comentar sobre o Ghost Writter, realmente não conssegui associar, mas espero que fique bem de qualquer forma =)
Sobre o local, dá pra perceber com bastante facilidade qual é (ou quais são). Os sinais estavam todos ali, quem já escutou comentários ou passou por constrangimentos semelhantes, ainda que em locais de trabalho diferentes, reconhece o padrão de comportamento agressivo e misógino.
É hora de rever quem merece nossa atenção, dinheiro, respeito e tempo. Chega.
17 de May de 2020 — 14:30
Luis says:
Nunca pisei lá porque sempre tive a impressão de ser lugar de comida ruim e cara. Muito peido e pouca bosta, como dizia minha avó.
Agora esse relato só confirmou a minha impressão e mostrou que a comida e ambiente apenas refletem o que são os donos. Nada mais coerente.
17 de May de 2020 — 10:17
FELIPE BARROSO says:
Frequentei a casa algumas vezes e posso dizer que o atendimento foi excelente, tanto na fila de espera, quanto dentro do bar. O preço é muito bom diante do que eu vejo na minha cidade, que é no interior de Minas e por aqui se encontram pratos muito mais caros e uma comida ruim.
De todas as vezes que fui, encontrei os sócios e os três foram bem receptivos. Não tenho nenhuma reclamação a fazer, de preço, atendimento e qualidade.
18 de May de 2020 — 17:30
Carlos says:
Você voltaria lá agora que sabe o que se passa com outros clientes e funcionários? Ou desde que a sua experiência pessoal continue positiva, tudo é perdoado?
19 de May de 2020 — 08:22
Martha Z. says:
mas a sua experiência não tem nada a ver com a dos funcionários. Acha ok tratar cliente bem e funcionário que nem lixo? Eu não acho nem um pouco.
21 de May de 2020 — 14:57
Francisco Moreira says:
Não entendeu nada hein Barroso! Fica no interior de Minas que é melhor.
21 de May de 2020 — 23:53
Cabelo says:
Rapaz, parecia o finado Cateto que pegou aulas de escrotidão e aplicou em seu staff. Morreu tarde. Forte abraço JB
10 de June de 2020 — 15:32