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Boteco do JB

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ouçamos aldir

sempre teremos poucos poucos e bons escritores, mas jamais existirá outro aldir blanc.

escrevo essas linhas enquanto ouço seu álbum vida noturna, rara pérola que nunca cansei de escutar. com todo respeito aos grandes intérpretes que passaram por sua riquíssima trajetória, nada como uma canção imposta com dor e sofrimento pelo próprio autor. e esse cd – lancem em vinil, plmdds! – é uma verdadeira aula daquela velha boêmia cada vez mais difícil de achar.

na verdade sua obra dispensa apresentação. músicas, artigos, crônicas, livros, a porra toda. se não conhecer, não se chateie, mas considere a possibilidade de aproveitar a quarentena pra se inteirar sobe o assunto. e, se já se acha íntimo da obra, que tal reler tudo de novo? clássicos desse nível sempre nos ensinam algo a cada revisita.

o que nem todos sabem é que aldir se resguarda em sua casa há muito tempo, saindo só quando extremamente necessário. naquele pedaço da tijuca é quarentena todo dia há quase duas décadas.

você nunca escreverá como aldir, mas a hora é a de ser tão reservado quanto ele. o mais próximo que se pode chegar dele hoje é ato cívico recomendado pela organização mundial de saúde. será que ele tava certo esse tempo todo?

não nos interessa julgar tal comportamento, mas hoje tal atitude é mais que bem vinda, é necessária. a ciência aponta que o isolamento social reduz drasticamente o números de óbitos provocado pela pandemia, apesar do jumento que ocupa temporariamente o palácio do planalto insinuar irresponsavelmente o contrário. esse deve ser deposto e julgado por crimes contra a humanidade.

e nós? o que devemos fazer? ora, bolas! sigamos a receita de doutor aldir. fiquemos em casa.

(curiosidade. o tempo de escrever esse texto foi o mesmo de apreciar vida noturna mais uma vez. que álbum! que álbum!)

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