relembremos o propósito da existência desse blog. era pra ser o diário de um cronista gastronômico por um ano e viraria livro em 2021.
mas aí veio a pandemia e o mundo de todos nós mudou um bocado.
respeitando a quarentena, fiquei sem material para resenhar. tiraram a rua do cronista.
ainda vai ter livro, mas com outras características, já que o blog também mudou.
derrapando algumas vezes, verdade seja dita. embora comer seja um ato político e se posicionar contra o genocida que ocupa o palácio do planalto seja obrigação moral de toda pessoa com um pingo de caráter, óbvio que existe gente muito mais competente que eu escrevendo sobre o tema.
aplausos para elio gaspari.
o mesmo posso dizer sobre a pandemia. ouçam especialistas da área, não blogueiros e muito menos políticos.
aplausos para dráuzio varella.
problemas de saúde e financeiros – jânio da silva quadros diria forças terríveis – também dificultam um bocado a produção diária de textos. inclusive aproveito esse parágrafo pra anunciar que no momento procuro imóvel onde possa morar e vender uns troços numa porta pra rua, ou fazer pequenos jantares para até 8 pessoas, talvez até as 2 coisas. região do grande centro (aka a são paulo de joão antônio), barato, sem fiador. difícil, eu sei. mas é o que posso no momento. a boa notícia é que se estivesse abonado estaria na busca de algo bem parecido, sinal de que o caminho pode estar certo.
disco, o caminho certo!
assim dizia o slogan de um mercado na imperatriz leopoldina, na frente da garagem da cmtc. anexo ao comércio tinha uma lanchonete com porta pra rua onde me viciei em banana split, sobremesa com gosto de infância, pela qual tenho relação afetiva até hoje. claro que não existe mais o mercado, nem a garagem. viver é ver a cidade como você conhece morrer rapidão.
tem que dar certo!
implorava o desesperado slogan populista do primeiro presidente civil pós cruel ditadura que alguns insistem em recusar sua existência, para convocar o auxílio luxuoso das chamadas fiscais do sarney, que armadas com um broche sobre o vestido florido tentavam inutilmente impedir a remarcação dos preços tanto no disco quanto nos outros supermercados de todo país. claro que deu tudo errado.
inevitável que o momento de pausa traga lembranças e a alucinação belchioriana de suportar o dia a dia, tarefa cada vez mais difícil.
tudo isso pra dizer que, como quem me acompanha já deve ter percebido, não estou dando conta de atualizar o blog todo dia, não.
quando o processo tem problemas de execução, pode ser mais interessante mudá-lo que acabar com ele em definitivo. tirar o sofá da casa não adianta nada.
amar e mudar as coisas me interessa mais. belchior, de novo.
de maneira que anuncio novo método de atualização nesse blog. textos meus às quintas e domingos. eventualmente pode pintar postagens de amigos colaboradores e também breves ressurreições de blogs antigos. se sentir urgência em me manifestar de alguma maneira, acrescento de boa outros posts em outros dias. quaisquer mudanças, aviso por aqui. inclusive se tiverem sugestões de pauta, só deixar na caixa de comentários.
peço desculpas a quem veio à toa nesse balcão virtual nos 3 últimos dias, o que espero que não ocorra mais. trabalharei pra isso, por maior que seja a fadiga causada pela esclerose múltipla.
até quinta, camaradas!
Pedro says:
por alguma razão, enquanto preparava o almoço e lasquei um maço de cebolinha dentro da carne de panela, me lembrou você e estava com belchior na cabeça.
me veio o insórdido pensamento: o belchior é um cronista que claramente possui influência nas crônicas do JB. Mas nunca o vi citar, será que é realmente?
abro o maldito facebook, uma das primeiras coisas que aparece é essa matéria e “Belchioranas”. As coincidências são trem de doido.
30 de June de 2020 — 13:40
Marcello says:
Boa tarde. Caro JB, vingando a ideia de abrir uma porta para poucas pessoas, faço um pedido de finalmente termos e entendermos sobre gastronomia mexicana.
30 de June de 2020 — 14:08
jb says:
infelizmente não tenho competência pra isso.
30 de June de 2020 — 14:29
Cássio de Oliveira Almeida says:
Boa JB, te esperamos. Até.
30 de June de 2020 — 15:31
João Guedes says:
JB, aproveitando a deixa de sugestões e nada mais justo vir de você, um apreciador.
Falar sobre vinhos nacionais (os dignos), que tiveram melhora exponencial de um tempo pra cá… acabando com o mito que vinho vinho tem que ser “Provence”. Blá blá blá.,
30 de June de 2020 — 17:51
thiago cysne says:
Eu gostaria vê-lo falando um pouco sobre literatura, como você já fez em um vídeo do seu canal do youtuube. Mas acho que isso não daria tanta audiência.
30 de June de 2020 — 19:34
André Bussade says:
Ficamos reféns de “ordens superiores” para tratar os pacientes na pandemia.
Quem ouve um lado apenas, acha que é só uma gripe como outras ou, caso evolua mal, só usar os remédios do governo e tudo bem.
(Um ou outro morre mesmo! Simples assim.)
Se fosse verdade, não precisaria de isolamento. Parece óbvio mas a cegueira mental impera.
Pq nenhum médico decente aceitou o cargo máximo da saúde? A condição era apenas assinar um protocolo de tratamento elaborado por políticos… Triste fim da ciência.
Vitaminas, vermífugos, antimaláricos (cloroquina), etc se esgotam assim que anunciam como tratamento. Uns gastam à toa e outros ficam mais angustiados por não ter acesso.
Estamos em uma época tão maluca que até os médicos se desentendem. Talvez por desespero diante da pressão que vai além de fazer uma boa prática médica.
30 de June de 2020 — 19:41
Duda Moraes says:
Avante JB!
30 de June de 2020 — 20:34
Pedro says:
“Balada de madame frigidaire”. Música que o Belchior fez com fome.
2 de July de 2020 — 17:55