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Boteco do JB

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londres III

muito metrô, bastante ônibus, tudo funciona. táxi ainda mais, mas é preciso ter certa condição financeira pra desfrutar do serviço com abundância. eu peguei de vez em quando, até de porsche andei. chique. mas o que me encantou mesmo foi o antigo metrô e sua funcionalidade.

foi no terceiro dia que a barista que trampava com o grego onde bebi café todos dias se manifestou. tijucana, dona de um botequim no andaraí, se apaixonou e mudou pra londres. odeia o que mais gostei: o tempo. a infelicidade é subjetiva e sempre está ao alcance de todos. já se passou algum tempo e espero que bons ventos a tenham atingido.

muitas feiras de rua e mercados incríveis que poderia ter blogado na hora, tal como num diário. hoje a memória me trai. e cafeterias! impressionante a riqueza do cenário de bons cafés. em londres beber um bom café não tem nada de hipster, faz parte do cotidiano.

uma vez em notting hill, coma o esplêndido kibe cru de cordeiro do alwaha, um bom restaurante libanês do pedaço. e vá no hereford road, do ex chef do st. john.

se o st. john é pra rezar, o hereford é pra morar, que lugar sensacional. bom vinho por preço justo e sem palestra, como de costume por lá. abri o jantar com um fígado de pato indescritível de tão bom e fechei com aquele que considero como o prato que mais me marcou na vida, um excepcional rim de cordeiro. quando morrer, não preciso de um desses como último prato. a mera lembrança dele me fará salivar de maneira que não tem como a viagem não ser boa.

antes do jantar, tempo para um drink num bar bem apertadinho de estilo italiano chamado termini. frios cortados na hora e bom garibaldi abriram o apetite para o jantar.

a expectativa pra conhecer o lyle’s vinha de algum tempo, mas o fato do chef, também filho do st. john, ter ganho alguns prêmios fez o lugar dar uma bombada e quase desisti da visita. mas encarei a reserva e não cometi essa bobagem.

o lyle’s oferece com esmero o que sempre cobro dos restauradores brasileiros. alto nível de excelência em tudo, do couvert ao café, num ambiente sóbrio com serviço discreto e eficiente. aula de restauração, porrada na cara, puta que pariu.

poderia ter terminado a noite no auge? poderia ter terminado a noite no auge. mas aquele lugar mexeu comigo de maneira que não conseguiria dormir tão cedo.

então fui ao the sun tavern, pub com luz perfeita e playlist de altíssima qualidade. alguns bons chopps engatados e um horário de funcionamento mais boêmio. foi lá que terminei a maior parte das noites dessa temporada. meu conceito de diversão.

quanta saudade de londres.

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