hoje amanheceu com uma garoa que não se faz mais por aqui e até um princípio de frio que me fez acordar quase disposto. esse tempo possível fez com que batesse saudade danada de londres e lembrei que ainda não escrevi sobre a viagem feita pra lá em junho do ano passado. então nos próximos dias tentarei capturar algumas lembranças e aqui as compartilharei.
nasci na lapa, sou filho de feirantes e tive educação modesta, muito bem alimentada por miúdos de boi. nunca tive lá muito ânimo pra dar um rolê maior. além do apego pela vida de aldeão, sempre rolou aquela apatia que só o portador de esclerose múltipla entende.
mas dois lugares eu sempre quis conhecer. japão – pra onde ainda pretendo ir – e londres, conhecida tão tardiamente e pra onde quero voltar.
a boa impressão já começou na classe executiva da british airways, onde fui melhor tratado que na maioria dos restaurantes dito finos paulistanos. com direito a cerveja exclusiva da brew dog, bordeaux e lagostin em ponto impecável.
um aeroporto tão grande que se não fosse pela melhor amiga talitha barros, que teve a monumental paciência de me aturar por 10 dias, eu estaria lá até agora, mais perdido que falcão tentando dar uma bicicleta fora da área no são paulo do professor emerson leão em 2005.
já no caminho até a bela casa vitoriana que alugamos na zona 2 da cidade estranhei um bocado o lado errado das vias e da direção dos automóveis. nunca irei me acostumar com isso e inclusive quase fui atropelado por 7 vezes durante a viagem. mas tudo bem, até isso achei divertido.
a dona da casa deixou agrados pra nós, tais como espumante e um delicioso red velvet, de uma qualidade que até então desconhecia. mas o maior benefício da casa foi o sistema de som com wifi estéreo em todos os cômodos, até no banheiro. boa música com qualidade som manêra é ótima forma de começar o dia.
uma vez muito bem instalados, hora do primeiro rolê. na porta do metrô, uma banca de café que me remeteu bastante ao the little coffee shop, em pinheiros. espressos impecáveis tirados com maestria por um jovem grego e uma simpática moça. depois acompanhei a belíssima cena de cafeterias na cidade, mas foi aqui que não abri mão de ir nenhum dia. o verdadeiro aldeão transforma em aldeia tudo que vê e gosta em sua volta.
em londres as pessoas caminham naturalmente com a chuva batendo contra a cara, coisa que sempre gostei de fazer. mas lá ninguém me condena com os olhos.
a primeira coisa que me chamou a atenção no borough market foi uma banca com ostras de inúmeros tipos, mas a oferta de queijos também impressiona, entre outras coisas. inclusive nos arredores do mercado.
e é bem na frente que uns manos preparam um dos melhores sanduíches que já comi na vida. queijo quente da fazenda deles, ótimo pão, cebolinha e mais nada. o lugar se chama kappacasein dairy e só isso já teria valido a viagem. mas teve mais, bem mais. amanhã conto onde almocei.
Giancarlo says:
Jota, estive lá há poucos dias e seu texto é tão bem escrito que me remete aquelas ruas.
Obrigado meu caro!
17 de January de 2020 — 09:50
ercole says:
e por falar em londres, já visitou londrina? se sim quais foram as impressões socio-gastronomicas?
17 de January de 2020 — 10:04
Ricardo says:
JB é phoda! ❤️
17 de January de 2020 — 12:42
Pascal Mocochinsky says:
Se a comida era tão boa quanto as fotos, deve ter sido o paraíso. Boa Jota. Espero poder ler um texto seu sobre o Japão num futuro não muito distante.
17 de January de 2020 — 15:21
Ricardo says:
Ilustre JB,
Totalmente off-topic, mas, por falar em Londres, o que acha do “afastamento” do novo casal “hart to hart” da realeza britânica?
17 de January de 2020 — 18:51
zé says:
viajou de executiva. não parece estar estar tão quebrado quanto relata estar. menos mimimi, mais experiências. abraço.
19 de January de 2020 — 13:26