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Boteco do JB

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Month: March 2020 (page 3 of 4)

joelho de porco

a real é que os últimos trabalhos não deram certo como imaginava e minha doença degenerativa pega mais pesado nesses dias mais secos, ainda mais com a poluição demoníaca que assola o centro paulistano onde vivo.

viver de conteúdo? muito difícil, venho tentando há mais de dez anos sem sucesso, lembrando o título de um álbum do joelho de porco, das bandas favoritas desde sempre.

aliás, faz tempo que não bato um joelho de porco com gohan naquele esplendoroso botequim comandado por aquele que veio de okinawa pra nos alimentar com rangão bom da porra. acho que vou lá à noite, são essas coisas que ainda valem a pena.

o frango à passarinho de lá pra mim é um mistério, posso passar a vida inteira tentando que não conseguirei fazer algo tão gostoso. pra beber, shochu.

esse é um dos poucos lugares onde prefiro a mesa ao balcão. se tiver a sorte de conseguir sentar no canto e ficar em silêncio isso lhe proporcionará uma contemplação difícil de achar por aí.

pra pagar a conta, só no dinheiro. lugares antigos pedem hábitos antigos. mas eu não me incomodo, também não estou assim exatamente na moda. ainda bem, já que essa nunca foi a ideia.

hoje um estudante solicitou pra mim uma entrevista via direct do instagram, dizendo que pode ser por aqui mesmo. quando foi que perderam por total o senso de boas maneiras? o pior que aceitei, mas dei meu email e ele nem se tocou da gafe. aliás, na própria mídia que ele me procurou tem o endereço eletrônico, mas talvez procurar custasse muito tempo. além do que, via direct é rapidão, né? pá e bola, como diria elia júnior, reporter esportivo famoso no milênio passado.

meu amigo e grande escritor luiz antônio simas diz que morte é esquecimento e acho que caminho pra isso. novidades me interessam cada vez menos e faz tempo que considero me mudar pra uma cabana no sul de minas, possibilidade que nunca levei tão a sério. o ar de lá faria um bem danado pra esse portador de esclerose múltipla que vos escreve. acho que só não o fiz ainda porque como sempre falta dinheiro e estrutura para o deslocamento. viver é uma eterna derrota. perder até morrer.

seria esse blog um diário de despedida?

pra viagem

a boa pizza é pensada pra viajar no máximo do forno à mesa. aliás, boa estratégia pra comer bem em pizzarias é sentar perto do calor. quanto mais próximo, mais fresca a redonda chegará até ti e menos risco se corre dela passar por corredores de vento ou do garçom distraído dar aleatório rolê, a oferecendo pra quem fez outro pedido.

delivery? ora, bolas! poucas coisas fazem menos sentido que tampar com papelão uma pizza que obviamente chegará na sua casa morna e murcha.

dá pra ressuscita-la no forno de casa? dá. mas convenhamos que quem pede uma pizza pra viagem espera por um conforto que passa longe de qualquer trabalho doméstico.

não há argumento técnico que rebata o prazer que muitos tem em receber algo razoavelmente quentinho que dê pra comer com as próprias mãos enquanto se vê alguma série preferida ou coisa que o valha. em gastronomia não se combate relação afetiva.

eu mesmo admito que peço de vez em quando, dando preferência a calzones, esses que por serem fechados viajam em condição menos crítica. o mesmo vale para esfiha, sempre fechada.

no último domingo tentei nova experiência, pelo menos pra mim. pedi uma pizza de um fast food moderninho de inspiração ítalo-novayorquina que frequento e como muito bem. pizza pra comer rápido em pé e sair correndo por causa da altura do abominável som ambiente, assim que funciona fisicamente. expectativa baixa, o que poderia dar errado?

a primeira coisa ruim é a terceirização do serviço de entrega para malditos aplicativos que te tiram a chance de reclamar direto com a pizzaria se der alguma merda.

pois bem, claro que deu. a estimativa de chegada que era de 56 minutos deve ser um número qualquer que escolhem rindo da cara do otário que fez o pedido, já que meu celular tocou mais de 20 minutos após o vencimento do prazo. era o entregador dizendo que chegou.

desci e não tinha ninguém na porta. retornei a ligação intermunicipal (prefixo 19) e alguém começa a brigar comigo, dizendo que não tinha ninguém no prédio. dei o endereço de novo e esperei calmamente por mais 10 minutos o ciclista que chegou me dando bronca, alegando alguma confusão do tipo num é tudo a mesma rua? nem na rua certa ele estava e considere que não é difícil se localizar aqui, não moro em brasília. isso pra não mencionar no bem vindo (mas ignorado) uso de aplicativos como waze e google maps.

agradeci, o paguei com a não merecida caixinha (o dinheiro já estava reservado) e subi pro meu apartamento com a pizza que pra ficar morna faltaria muito, já que estava gélida.

pizza delivery na braz elettrica nunca mais.

the best

poucas coisas são mais constrangedoras que se autodenominar como a melhor coisa de qualquer coisa. o ideal é que os outros avaliem o seu trabalho, não quem o faz. aliás, que bom que gosta dele, só não precisa espalhar isso de maneira tão cretina.

existe uma rede de casual diner que se tornou conhecida justamente por usar esse tipo de estratégia.

fui lá conferir, claro que sem essa expectativa. a experiência foi muito abaixo do aceitável, alcançando picos de ridículo extremo.

chopp congelado, batata gelada, sanduíche desmontando, preço caríssimo, uma catástrofe do nível do que chamo de chevy chase food.

o horror! o horror!

na última semana um dos sócios da abominável rede se destacou mais por suas declarações de ordem política do que pelo que chama de comida, gerando todo e qualquer tipo de treta nas redes sociais.

ressalto. não pelo rango, mas pela posição política. essa que por sua vez até orna com o melhor do mundo. coerente, harmonização por semelhança. mas não é disso que quero falar.

sempre disse que sucesso não é sinônimo de qualidade em nenhuma área. mas talvez tenhamos ultrapassado o limite mais uma vez.

sou do tempo em que se criticava um trabalho bosta apenas por ser uma bosta, independente do engajamento do dono. até porque quem comercializa esse tipo de produto boa pessoa não é.

quanto falta pro brasileiro médio aprender noções básicas da boa mesa? que tipo de educação faltou a essas pessoas que vão pra miami e curtem um sunset em jurerê internacional?

certo que o caminho pela frente é longo e espero que as próximas gerações sejam mais competentes que a minha na função de elevar o cotidiano da boa gastronomia brasileira.

clube da esquina

quando se trata de peixe cru, é muito difícil indicar por aqui um restaurante japonês com o que chamam de custo-benefício. além do cada vez mais alto valor dos ingredientes com ótimo padrão de excelência, existe o investimento dos profissionais envolvidos. demora-se pelo menos 10 anos pra formar alguém que possa servir um sushi bom de fato. isso pra ficar em apenas um exemplo, porque a gastronomia nipônica vai muito além disso. muito respeito e admiração por esses cozinheiros de cultura milenar.

embora more na cidade com a maior colônia japonesa do planeta, quando me perguntavam por um japonês honesto (odeio esse termo) por considerável tempo indiquei um singelo restaurante tijucano, localizado numa aprazível esquina.

notável oferta de peixes que não se acha em são paulo ditava o ritmo do ótimo jantar que o itamae oferecia a poucos e bons em seu pequeno balcão. já quem sentava nas mesas recebia produto menos nobre e mais comercial. pra comer bem é preciso garimpar e não tem problema em servir mais de um tipo de público, desde que os produtos não se cruzem. no final da experiência todos saíam satisfeitos no melhor estilo tem pra todo mundo.

e assim seguiram felizes por 14 anos naquele rio de janeiro além do balneário que aprecio tanto e indico a muitos.

com pesar soube da mudança de endereço, rumo ao universo lebloner, lugar de pouca comunicação com o trabalho até então realizado.

um catastrófico vídeo divulgado nas mídias sociais apresenta um dos sócios falando que agora terão uma pegada mais contemporânea. uma coisa é falar o que pensa, outra é falar sem pensar. espero que a frase zurrada seja apenas o reflexo de um momento infeliz, consequência do uso de ópio bosta. mas, pelo sóbrio tom imposto, acho que a coisa é séria e podemos esperar pelo pior. a impressão dada é que o alvo mirado é o público que representa o que a zona sul carioca tem de pior.

quem conhece o altíssimo custo envolvido numa operação comercial nessa região do balneário bem sabe que será muito difícil manter os preços simpáticos, mas nem sei se é essa a ideia.

o perfil do público que eles decidiram servir a partir de agora é completamente diferente do povo da zona norte e é natural que a comida acompanhe o movimento. mas cada um escolhe quem quer atender. sai de cena o freguês e entra no palco o cliente.

claro que espero estar enganado e desejo de coração que todos envolvidos alcancem a boa fortuna que tanto desejam no novo empreendimento. mas não poderia deixar de escrever o obituário do lugar que me trouxe tantos bons momentos.

aqui me tens de regresso

ressaca nunca tive, mas a combinação de meia-idade e condição clínica horrorosa me deixam doente após noite bem etílica. é nessa condição que atualizo o blog hoje.

não escrevo em tom de lamento, já tomei no cu o suficiente pra fazer com que as noites de 2020 rendam o suficiente pra não haver arrependimento, seja na rua ou em casa.

até porque tenho um bar no meu próprio quarto com praticamente todas bebidas que gosto, além de total controle sob música, luz e companhia.

então quando saio pra beber tem que valer a pena pra caralho, o que não ocorre na imensa maioria dos bares da cidade onde moro.

felizmente existe esse bar de um grande amigo e dramaturgo na bela vista.

na real o bar aporta seu teatro que recebe ótimas peças em que o texto importa mais que tudo. qualquer governo razoável tombaria o imóvel e o transformaria em adido cultural através de leis de incentivo. mas ninguém nunca ajudou em porra nenhuma. esquerda, direita, centro, nada. e assim caminhamos em ritmo cada vez mais rápido rumo a um estado teocrático. e não adianta colocar essa apenas na conta do bosta do atual presidente porque esse movimento vem de longe.

após a meia-noite a porta de ferro fecha e ficam apenas os mais destemidos, que se sentem à vontade pra se comportar da maneira que bem entendem. se você é cristão defensor da família e bons costumes, não vá.

luz baixa e discotecagem perfeita à base de blues e rocks são o melhor acompanhamento para boas conversas com gente inteligente que se importa mais com o que ocorre em nossa volta que com o smartphone.

pra beber, além de cerveja gelada, tenho liberdade pra levar meus próprios vinhos.

uma vez dentro do bar após o fechamento da porta, é muito difícil sair antes do amanhecer, pelo menos pra mim.

imprescindível mencionar que a grande livraria da cidade se localiza embaixo da escada entre o bar e o teatro. a curadoria do velho livreiro baiano é coisa linda de se ver, assim como o horário de funcionamento. onde mais se compra um bom livro durante a madrugada? só ontem ganhei um de uma amiga e comprei outros quatro.

na próxima terça-feira terá no pequeno teatro um projeto que adoro e lá estarei. depois sigo no bar com poucos e bons. por mais que tentem nos destruir, a boêmia resiste.

matriz e filial

o negócio é que tem muita estrela pra pouca constelação, assim disse o saudoso raul, numa genial análise sobre o cenário musical oitentista, composta com seu brilhante parceiro marcelo nova. mas a velha máxima pode ser usada em todo e qualquer tipo de área.

na gastronomia, por exemplo, o que não falta é gente que não se aguenta.

chefs não contentes em comandar apenas uma loja ruim, preferem se espalhar pela cidade tal como uma metástase, em vez consertar seu próprio serviço que pra se tornar meia-boca falta ainda um bocado.

sabe qual é o segredo do crescimento fácil? a rasgueiragem. quando a qualidade inexiste, é fácil manter o padrão.

daí fica fácil. dadinho pra cá, sal tosco pra lá e por aí vai. se fosse feno, o gado nem perceberia a diferença. o que não falta é audiência mais preocupada com o programa do que com a comida em si.

claro que é possível prosperar com honra e excelência. mas ninguém está interessado. nem público, muito menos o empreendedor. trabalhar direito dá mais trabalho, né?

embora o chef de cozinha na cozinha não seja garantia de uma boa experiência, ele é mais que bem vindo em sua própria casa. e, se der merda, se tem de quem cobrar.

portanto, quando estiver em um bar ou restaurante fique de olho pra ver se alguém está cuidando de ti com o devido carinho. afinal, você está pagando pra isso. às vezes caro.

e o diabo mora nos detalhes.

teletubbies

você finge que cozinha que eu finjo que como, me engana que eu gosto. é a vampetização da gastronomia com notas de cafajestagem ao melhor estilo jece valadão.

e escrevo. não em jornais, revistas, blogs ou muito menos em livros. escrevo textão no instagram, pro amigo leitor ver em seu smartphone. informação ao alcance da mão, tudo da maneira mais veloz possível.

é assim que a banda toca para o séquito de pessoas que segue as tais dicas como se alguém no meio dessa rede autossustentável conhecesse algo sobre comida ou bebida. o resultado é a idiotização completa do comensal médio, que se tornou uma esquizofrênica espécie de joselito de sapatênis no pé um vinho natureba na boca. nem em meus piores pesadelos imaginei cenário parecido.

quando comecei a publicar sobre gastronomia comprei briga com um monte de gente. chefs picaretas, jornalistas medíocres, críticos corruptos, entre outros. o inimigo era claro, estava ali na minha frente, o mundo ainda não tinha mudado.

a real é que o quadro sempre se apresentou de maneira evolutiva, mas não pro bem. agora estamos imersos num mar de mediocridade caindo para o fundo que parece não ter fim.

sempre com gente que não presta capitalizando em cima, claro. o mal que habita a indústria nunca perde e jamais acaba, se transforma. só que nunca foi tão fácil enganar as pessoas que agem de forma cada vez mais boba.

já fui mais jovem e até pensei que poderia mudar alguma coisa, mas desisti há algum tempo. hoje me contento fazendo macaquices no youtube e escrevendo para poucos. tudo bem. minha bolha, minha vida.

a vida é curta e meu quarto de século já passou. perdi miseravelmente, mas com honra e em boa companhia. só me resta agora um pouco de diversão.

mas longe de gente boba, plmdds.

flor da vila buarque

as antigas panificadoras lapeanas ajudaram a formar meu caráter. pãezinhos franceses moreninhos no fim de tarde, pizzas nos fins de semana, sanduíches e sonhos devorados à beira do balcão onde meu pai mandava uns campari com os amigos. também acompanhei o processo de mudança de nomenclatura do comércio em questão. primeiro pra padaria, depois pra padoca e agora não sei mais como chamam.

acho que a coisa fodeu geral quando os hipermercados começaram a vender pão e as padarias responderam liquidando de tudo até se transformarem em pitorescos graals urbanos. cada um não ficou com seu cada qual e as consequências foram catastróficas.

o padeiro tal como conhecíamos até o fim do último milênio é raça em extinção. hoje os pães chegam nos estabelecimentos já pré-assados e a maior parte deles é feito com pré-mistura mais que suspeita. aliás, nem finalizam a parada direito. a combinação de pouca intimidade com o ofício mais mercadoria bosta comete um pão mais pálido que a face de tancredo neves em seus últimos dias. aspecto, odor e gosto de morte. ou seja, a indústria venceu de novo.

mas pra toda ação há a reação, a resistência diante da filhadaputagem. nos últimos anos a profissão tem se redefinido, com padeiras artesanais pipocando em tudo o quanto é canto.

o que em princípio se apresentava como um clube elitista começa a se popularizar. oferta e demanda.

a minha favorita do pão ainda é muito artesanal e atende a poucos, mas mesmo quem tem condições de comprar seu produto não merece o melhor todos os dias. pelo simples motivo de não devermos banalizar as iguarias. então foco na melhoria do dia a dia.

panificadoras como antigamente nunca mais existirão, é preciso aceitar essa derrota. mas recentemente abriu uma porta aqui nas proximidades com bons pães e doces por preço tão acessível que é comum encontrar as trans que fazem trottoir no pedaço mandando um sanduba na moral. inclusão social pra mim é isso, interação com a vizinhança real.

eu tenho ido quase todos dias. compro baguete, cannellé, eclair (aka bomba), pão de queijo, entre outras coisas. tornou-se parte do cotidiano que tanto prezo.

se arrastarei para o túmulo a memória do aroma do pão de torresmo dominical da saudosa delícia real na rua schilling, paliativas broinhas de milho aliviam um bocado a nostalgia dos velhos fornos à lenha.

salve, salve o pão nosso de cada dia.

nova era gastronômica

o problema não é ser bem nascido, mas sim o péssimo uso desse privilégio.

maldito seja quem estagia em meia dúzia de bons restaurantes ao redor do mundo e volta pro brasil se autointitulando chef de cuisine sem nunca sequer ter assumido uma praça de cozinha.

pra que aprender a segurar uma faca quando se tem um cunhado rico pronto pra investir na sua nova probosta gastronômica?

chegamos na era da cozinha sem produto. pouco importa ingrediente, técnica e, principalmente, o sabor. é um grande foda-se essa porra toda.

mas, então, além dos estágios e do (imprescindível) cunhado rico, quais são os segredos para o sucesso do empreendimento? vamos lá colar na minha lista de 6 lições pra passar de ano…

1 – luz instagramável, para ajudar novos e velhos influencers nas suas fotos meia-boca. essa é a principal mídia do segmento, instagram é o novo acessório de imprensa.

2 – um sommellier de 20 e poucos anos que tenha os 2 ou 3 contatos naturebas da cidade. necessário que não entenda nada de vinho e importante saber palestrar.

3 – equipe jovem, hypada e branca. porém sempre com uma minoria, questão de cotas. ninguém precisa saber fazer nada.

4 – há de se ter algo com fermentação natural, mesmo que nunca se tenha estudado para isso. o que importa é o discurso.

5 – falando em discurso, fundamental ser politicamente correto, usando ingredientes orgânicos que custam uma fortuna. só repassar o preço pro cardápio que o cliente paga, ninguém quer saber do pequeno agricultor que se fode por não ter condições de pagar a hypada certificação.

6 – tem que ter pose. tem que fingir que cozinha. se fizer isso, direito, pode ficar tranquilo que o cliente fingirá que come.

o que é a vida?

conforme o tempo passa, minha doença degenerativa faz com que durma cada vez mais cedo e acorde cada vez mais tarde e com que o período entre um e outro me transforme numa espécie de bicho preguiça, rei da fadiga. só quem tem esclerose múltipla ou estuda sobre o assunto entende essa realidade.

já quem não entende bulhufas adora palpitar sobre o assunto e a isso chamam de empatia, termo tão em voga nos dias de hoje. adoram indicar variações de marijuana e a famigerada vitamina d, sempre após darem 2 ou 3 clicks. maldita seja a geração de sommelliers de google. de que adianta o acesso à informação quando não se assimila nada, agindo por associação?

até adianta, mas só pra elas mesmas. fazem o que chamam de caridade e praticam boas ações sem o menor sentido só pra aliviar suas próprias consciências.

e os argumentos risíveis? é um tal de meu tio se curou pra cá e o amigo do meu primo levantou da cama pra lá que me lembra certos pastores evangélicos. que coisa mais irritante. à merda! que voltem pro pote colorido de md de onde saíram e sejam felizes longe de mim.

o estado clínico faz com que me interesse cada vez menos por novidades. a cada vez que comentam sobre uma inauguração com pretensões gastronômicas respondo pra mim mesmo sem tempo irmão. a real é que administrei porcamente meu dinheiro e isso fez com que não conhecesse o mundo como eu queria. agora, sem grana e sem saúde, ficou tarde.

mas a boa é que conheço bem a cidade que moro, gosto e procuro retratar aqui e em outras mídias. picos muito diferentes do meu cotidiano dificilmente me interessam. daí quando me recomendam algo que não me parece ser tão legal retribuo com o mesmo sorriso cínico que costumo dar a quem me presenteia com recomendações médicas show.

tal comportamento não impede que conheça lugares novos, mas faz com que contemple de maneira mais apropriada os dias que me restam até a inevitável última noite.

bebida? comida? mesmíssima coisa. tenho um bar no meu quarto e cozinho até que razoavelmente bem. sem dinheiro pra foie gras? sempre tem um pedaço de barriga de porco no meio dos copos no congelador. faltou verba pro vermute inglês que tanto gosto? boa cachaça resolve.

por fim, procuro sempre cuidar de um cachorro. isso me faz bem pra caralho. a real é ele que cuida de mim.

ah! e café! bom café por todo o dia. assim como cerveja, claro. cerveja gostosa, bem feita.

e você? o que te faz bem?

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